quarta-feira, maio 21, 2008

Há poucos dias uma pessoa pediu-me para escrever algumas linhas sobre ela para um portefólio de psicologia... já passava das 11 da noite e eu estava deveras cansada contudo, não pude dizer que não a uma pessoa que sempre admirei e que me disse algo como "a esta hora não devo encontrar ninguém mais inspirado que tu" e lá comecei eu de rajada a escrever uns pequenos parágrafos sobre ela.

Foi nesse momento que senti facas a dilacerarem-me o coração, eram saudades! Naquele instante conseguia escrever páginas e páginas sobre ela, sobre mim, sobre as nossas aventuras e desventuras, sobre as nossas promessas, sobre as nossas brincadeiras, no entanto, senti a tristeza de tudo aquilo já ter passado, de estar a falar dum passado que não acontece no presente devido a inúmeros motivos que nos fazem estar afastadas geograficamente e, ainda por cima, mais tempo do que desejaríamos, um presente que não nos dá mais do que pequenos-almoços madrugadores ou jantares barulhentos cheios de vinho verde que não chegam sequer para pôr a conversa em dia.

E quem fala dessa pessoa fala de tantas outras que deixei para trás: sócias, irmãos, amigos, amigas, ex-namorados... enfim, pessoas que por um ou outro motivo vão ficar sempre com um espacinho no coração reservado para eles. E é nestes momentos que a minha cabeça anda à roda com tantos pensamentos, quase que surgem dilemas que nem sequer existem, qualquer tipo de decisão torna-se dolorosa, parece sempre que estamos a trair uma parte e que estamos a escolher uns em detrimento de outros.

Neste momento tenho tudo o que poderia desejar (vá... a carta só vem daqui a uns mesitos, mas tirando isso...) e, no entanto, quando escrevi aquelas linhas senti um vazio dentro de mim, em segundos parece que revivi todos aqueles anos, todos aqueles momentos, todas aquelas viagens, todas aquelas asneiras e estupidezes próprias da idade, todas as festas, todos os jogos, todos os beijos, todos os abraços, todas as gargalhadas, todos os planos, todos os esquemas...e por momentos desejei que pudesse ter todos aqueles que são importantes para mim no mesmo sítio.

Quero voltar a juntar os T.W.O., mas não quero deixar as minhas meninas; quero ter vista para o Palácio da Pena sem deixar de ver a Serra da Estrela cheia de neve; quero ruas movimentadas mas continuar a acordar com o chilrear dos melros; quero viver no centro e continuar a ter um quarto com uma varanda por onde se pode subir facilmente; quero estar perto do mar sem sair da minha casa de campo... enfim, quero o impossível... e quando toca a escolher um lado entra em acção a peça mais valiosa do jogo e faz xeque-mate para o sossego e a calma que em 4 anos passaram a fazer parte do quotidiano.




P.S.: We'll make the difference! No matter how, when or where!

quinta-feira, maio 15, 2008

O sol está escondido, o céu cinzento, chove... por muito que goste dos dias repletos de sol, começo a desenvolver um gostinho especial por dias chuvosos... transmitem-me calma, sabe bem estar sentada confortavelmente e ouvir lá fora a chuva a cair torrencialmente... ou então adormecer com o embalo das gotas de chuva que caem no parapeito da janela.

A nostalgia começa a envolver-me, recordo os tempos em que era inocente a ponto de pensar que estava destinada a fazer grandes coisas... nostalgia de tempos tão recentes, tempos esses em que vivia na ilusão de que éramos os maiores, de que nada nos podia deitar abaixo, de que as coisas más e embaraçosas só aconteciam aos outros... até que, um dia nos deparámos com a dura e crua realidade: somos humanos, somos mortais, somos iguais aos outros todos!

E foi nesse dia que aprendi a viver! Aprendi a dar valor às coisinhas minúsculas, a não guardar as coisas importantes para dizer num outro dia, a ver o que cada momento mau tem de bom, a sorrir mesmo quando só aptece chorar e gritar "Porquê eu?", a pensar que a única coisa na vida que não tem solução é a morte!

E depois o sol voltou a brilhar e tudo pareceu mais claro que nunca.



Acho que o brilho dos posts foi roubado! Peço desculpa!

segunda-feira, maio 12, 2008







*Fizeste-me ter uma estrela com o teu nome*
*Fizeste-me descobrir coisas novas*
*Fizeste-me querer ser melhor*
*Fizeste-me crescer*
*Fizeste-me sonhar*


Mesmo assim, era impossível eu ser a tua Meredith:

- eu não preciso de fingir que gosto da música que tu ouves, não é por acaso que temos imensas bandas em comum!

- deixar-te comer a última fatia de cheesecake?! Fora de questão, se quiseres comes comigo! Tem muito mais piada partilhar!

- quanto "à outra", não faço ideia quem ela seja, mas se fosse assim tão maravilhosa não virias parar sempre aos meus braços!



Mas, depois de tanto tempo, continuas a ...

- fazer-me ficar deprimida quando estou a comer morangos sozinha;
- fazer-me pôr de lado os grandes filmes e ver comédias românticas;
- fazer-me pôr os alarmes a apitar à entrada do hipermercado (xD);
- fazer-me cantar contigo e para ti (depois de muito custo :P);
- fazer-me ouvir músicas que me fazem lembrar de ti;
- fazer-me quase desmaiar por te ver dar sangue;
- fazer-me pensar que tudo tem um propósito;
- fazer-me ficar orgulhosa de ti;
- fazer-me piscar-te o olho;
- fazer-me acreditar;
- fazer-me sorrir;
- fazer-me bem.

Acho que tudo isto faz de mim a tua Izzie... *.*


domingo, maio 04, 2008

Imortalidade

"...mas também é certo... que se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala."

por José Saramago in Ensaio sobre a Cegueira

sexta-feira, maio 02, 2008

i carry your heart with me

i carry your heart with me (i carry it in

my heart) i am never without it (anywhere

i go you go, my dear; and whatever is done

by only me is your doing, my darling)



i fear

no fate (for you are my fate, my sweet) i want

no world (for beautiful you are my world, my true)

and it's you are whatever a moon has always meant

and whatever a sun will always sing is you



here is the deepest secret nobody knows

(here is the root of the root and the bud of the bud

and the sky of the sky of a tree called life; which grows

higher than soul can hope or mind can hide)

and this is the wonder that's keeping the stars apart



i carry your heart (i carry it in my heart)



e. e. cummings