sexta-feira, maio 04, 2012

Mais mas simples

Eu conheço alguém que não se contenta com pouco, é exigente, quer sempre mais: quer dar mais, quer saber mais, quer ser melhor, quer chegar mais longe, quer ver coisas maiores, quer provar o que há de mais saboroso, quer descobrir o que ainda está por inventar, quer ser mais criativo... quer mais...mais...mais...

Eu conheço uma pessoa que quando se aproximou da fachada do Champalimaud Centre for the Unknown disse:
- Hum! Achava que seria maior!

Como Lisboeta e como pessoa completamente fascinada por aquela obra de arquitectura e por tudo aquilo que representa, confesso que me senti quase que ofendida com tal comentário...
Mas o melhor ainda estava para vir, aquilo era apenas a fachada... estávamos como que numa sala de espectáculos ainda com o pano por abrir...

Como pessoas interessadas em descobrir o que havia para além daquela fachada seguimos em frente para explorar aquilo que, à primeira vista, poderíamos chamar de traseiras...
E ao passarmos por baixo da ponte de vidro (túnel, ponte, plataforma ou qualquer outra coisa que lhe queiram chamar que liga dois edifícios é sempre algo de espectacular) percebemos que o Centro era realmente imponente, com uma vista magnífica que simplesmente transmitia a sensação de tranquilidade e de bem-estar que nos dizia para nunca mais sairmos dali.

E como teimosa que sou, e como gosto de ter sempre razão, não consegui evitar dizer:
- É pequenino não é?!
E como quem cala, consente, afinal já não era assim tão pequenino.

Eu conheço uma pessoa que apesar de querer sempre mais também gosta de coisas simples, porque nem sempre simples tem que implicar menos.

Eu conheço alguém que apesar de não ser o fã nº1 dos pastéis de Belém ou do Bife da Portugália aprecia a refeição apenas porque o local ou a vista são emblemáticos; que apesar de ter ido ao Museu da Electricidade de propósito para ver a exposição World Press Photo e não ter conseguido ver nada por estar encerrada, não ficou chateada e simplesmente desfrutou de um agradável passeio junto ao Tejo, de umas gargalhadas a dois, de momentos de pura sintonia divina...

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