domingo, fevereiro 08, 2009

Make my dream come true

Entrei no comboio, sentei-me no lugar que me era destinado, encostei a cabeça ao vidro da janela como faço tantas vezes e deixei-me levar...

... De repente um turbilhão de emoções inundou-me, ansiedade, medo, felicidade, excitação, alegria, receio. Respirei fundo! Voltei a tentar concentrar-me no que estava a ler e tentei afastar os meus pensamentos do que estava para acontecer algumas horas depois. Não estava fácil depreender o significado do que lia, o único processo que a minha mente fazia era juntar as letras em sílabas e de seguida formar palavras completamente desprovidas de significado... e o tempo não passava.
A ansiedade tomava cada vez mais conta de mim, era um nervoso miudinho que fazia com que eu parecesse uma criança com bichinhos carpinteiros. Finalmente, pelo altifalente, o maquinista informava que estávamos a chegar.
Respirei fundo, mais uma vez! Estava impaciente, as pessoas que estavam à minha frente não se despachavam.... até que chegou a minha vez. Desci, confiante de que Ele estaria lá... e estava! Caminhámos um para o outro na plataforma, por tantos outros amantes já percorrida, com um sorriso nos lábios que mesmo à distância era notório, os nossos olhos brilhavam esplendorosamente, mas a plataforma parecia não mais ter fim... quando finalmente nos encontrámos os nossos corações explodiram de tamanha felicidade, os nossos lábios não resistiram muito mais e ficamos ali unidos num abraço e num beijo tão sinceros, tão apertados, tão únicos, tão nossos, tão apaixonados, tão aliviadores, tão cheios de saudades, tão felizes...
Seguimos, não sabia para onde me levavas, também não importava, estava contigo e, por isso, estava bem não importava onde. Foste superando as minhas expectativas, segundo a segundo, a cada passo que dávamos as coisas ficavam mais vistosas... até que chegamos ao sítio que tinhas escolhido para nós.
Um sítio só para ti e para mim, junto à água, onde podíamos falar, rir, sorrir, matar as nossas saudades sem que ninguém nos importunasse... brindámos à nossa noite, ao que nos unia e ao que estava para vir.
A noite passou, alvoreceu mais cedo do que desejávamos, a luz cegava-nos e dizia que estava na hora de dizer adeus, de nos despedirmos e de prometermos que o próximo encontro seria em breve...


... E foi então que acordei, com o revisor a tocar-me no ombro e a sussurrar:
- Menina, já chegámos ao Rossio, quer sair ou quer voltar para trás?
Levantei-me, ainda com um sorriso nos lábios, uma lágrima no canto do olho e a vontade de que tudo tivesse sido mais que um sonho.

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